A estilista
carioca Ana
Regal diante
de uma de
suas criações
feito à mão.

DIGA ESPELHO MEU

Foi em uma viagem ao México, durante o feriado de Dia dos Mortos, que a estilista carioca Ana Regal se encantou com a técnica de cortar e moldar chapas de alumínio à mão. Inspirada, ela criou uma linha de espelhos emoldurados por essa camada prateada com formas de peixes, coqueiros, papagaios e muito mais. “Me apaixonei pelo trabalho deles de hojalata (aqueles pequenos espelhos, geralmente em formato de coração). Minha releitura dessa técnica é mais tropical e brinca com os volumes, texturas e o exagero escultural do carnaval”, conta Ana, que também desenha as linhas de calçados e acessórios nacional e internacional da Farm. Os espelhos começaram a ficar prontos alguns demoram 15 horas para serem finalizados e Ana lançou um site para vende-los. “Faço um trabalho super artesanal, furando e moldando tudo. Cansa um pouquinho. Penso nos desenhos dentro dos temas que me interessam, mas também que dialoguem com o desejo do cliente”, explica ela, que, além da pronta entrega, faz trabalhos site-specific, como a nova moldura da loja da designer de joias Julia Gastin. “Lembra o trabalho dos instrumentos de Oxum e lemanjá, que eu já colecionava. Pedi para a Ana fazer um especial com todoesse universo de mar e sereias que curto. Adoro peças feitas à mão e que são a cara do Brasil. Acho ainda que ela resgatou esses trabalhos em chapa de metal, que estão cada vez mais raros”, comenta Julia. Os preços são variados, começando em R$ 420, no site anaregal.com.br.

Jornal O Globo, Caderno Ela, 02.2023

Ana Regal: sempre um trabalho original //

Brilhante

Sempre tive muito interesse em conhecer novos artistas, novos artesãos, novos criadores. E entre todas as pessoas que têm feito algo fora do comum nos últimos tempos está a designer Ana Regal. Ela é estilista, mas largou a moda depois de 18 anos trabalhando em marcas como FarmRio, Richards e Reserva, e agora se dedica a criar objetos em chapas de alumínio. O que começou como um hobby, Depois de conhecer a técnica em uma viagem ao México, há três anos, virou um processo de redescoberta e de muita realização. E o resultado são espelhos decorativos, molduras e quadros com recortes diversos e desenhos feitos à mão, inspirados em suas andanças pelo Brasil e tudo o que ela encontra na cultura popular, no mar, nas plantas e no Carnaval. “Agora estou evoluindo para retratos da cidade, outros símbolos representativos do nosso país”, conta Ana. Pense em um espelho emoldurado com duas cadeiras e uma mesa de plástico, daquelas típicas de bar e praia. Conseguiu? Ana também quer dar novos banhos nas peças, como o dourado e o cobre, e quem sabe começar a fazer objetos maiores para cenografia. Amo gente que não tem medo de experimentar. Nesta semana, aliás, ela participa de sua primeira feira desde que começou nesse caminho, a Feira Rosenbaum, em São Paulo. Vou lá pra ver, claro. Sou fã
dos trabalhos dela.

newsletter Joyce Pascowitch, 03.2024

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